Miguel Dante Machado
Aceitar nossa humanidade é um imperativo fundamental para a jornada espiritual, uma verdade que ressoa profundamente nos ensinamentos religiosos e filosóficos mundo afora.
O inventário moral de nossa própria existência deve ser nosso, não de outra pessoa. Muitas vezes me perguntei: por que é tão difícil para as pessoas aceitar responsabilidades? Eu mesmo, durante anos, costumava me culpar e me punir me fazendo mal devido às coisas que as outras pessoas faziam para mim – um ciclo vicioso.
Não espero ser perfeito! Fiz erros antes e farei novamente. Porém, ser honesto a respeito dos meus defeitos permitiu-me aceitá-los – e aceitar a mim mesmo – bem como aqueles com quem tinha diferenças.
Quando olhamos para dentro de nós, muitas vezes encontramos um terreno árido, marcado por nossas próprias falhas e fraquezas. É tentador buscar bodes expiatórios externos para nossos erros, recusando-nos a encarar nossa própria responsabilidade. No entanto, é somente ao assumir essa responsabilidade que começamos a trilhar o caminho da verdadeira redenção e crescimento espiritual.
Nos ensinamentos de Cristo, encontramos a essência da aceitação e do perdão. Ele nos chama a olhar para dentro de nossos corações e admitir nossos pecados, reconhecendo nossa humanidade imperfeita. Ao fazermos isso, somos confrontados com a profundidade da graça divina, que nos é oferecida livremente, não por mérito próprio, mas como um presente de amor incondicional.
Aceitar nossa humanidade à luz de uma verdadeira fé num Ser Superior é reconhecer que somos todos um mero detalhe da existência universal, um grão de areia no Oceano. É também entender que, embora possamos errar e falhar repetidas vezes, somos sempre acolhidos de braços abertos pelo amor infinito de nosso Criador.
Por meio dessa aceitação humilde iremos certamente encontrar a paz que ultrapassa todo entendimento e a esperança que transcende as dificuldades da vida terrena – é a “chave” para uma vida de significado, propósito e plenitude espiritual.
Miguel Dante Machado
Advogado na Advocacia S. Silva, além disso é também escritor, professor, Mestre e
Doutorando em Direito Econômico pela PUC/SP.
LEIA MAIS EM:
