Centenário da Diocese de Bragança Paulista
No próximo domingo (27), no período da tarde, não haverá missas nem celebrações da palavra nas paróquias, áreas pastorais e comunidades de Atibaia.
Em razão da celebração do centenário da Diocese de Bragança Paulista, o bispo diocesano Dom Sérgio Aparecido Colombo publicou, nesta última sexta-feira (18), um decreto oficial suspendendo todas as Missas e Celebrações da Palavra nas paróquias, áreas pastorais e comunidades da diocese no período da tarde do dia 27 de julho de 2025, domingo.
A medida visa possibilitar a participação plena de todo o povo de Deus — clero e fiéis — na Santa Missa Jubilar, que será celebrada às 16h no Parque de Exposições Dr. Fernando Costa (Posto de Monta), em Bragança Paulista. A celebração solene será presidida por Dom Sérgio e concelebrada por todo o presbitério diocesano, reunindo representantes das 70 paróquias da diocese.
Segundo o decreto (Prot. 36/2025), a suspensão tem como objetivo “garantir a presença do clero e de todo o povo de Deus na celebração solene do Centenário Diocesano, expressão de comunhão eclesial e de renovação do ardor missionário”.
O documento ainda destaca que a decisão foi acordada previamente com o presbitério e está em consonância com a missão do bispo diocesano de promover a unidade da Igreja local e estimular a participação ativa dos fiéis nas grandes celebrações.
O Centenário da Diocese de Bragança Paulista é celebrado ao longo de 2025 sob o lema “100 anos evangelizando com Maria, a Mãe de Jesus”. As comemorações centrais ocorrerão no Parque de Exposições Dr. Fernando Costa, em Bragança Paulista, nos dias 26 e 27 de julho, incluindo a Vigília Jubilar, que terá início às 22h do sábado (26), e a Missa Jubilar no domingo.
A Cúria Diocesana solicita ampla divulgação da medida entre as comunidades, reforçando o convite para que todos estejam presentes neste momento histórico único da caminhada da Igreja particular de Bragança Paulista.
POR QUE CELEBRAR O CENTENÁRIO DA DIOCESE?
Pode ser que alguém faça a pergunta! Mesmo porque há quem não goste de celebrar datas como as de aniversário, encontros familiares! Há quem procure se esquecer de episódios difíceis enfrentados! Há os que não gostam de recordar as datas cívicas!
A consequência é o risco de perder a identidade. Pode-se percorrer a trilha de não mais saber quem somos! O tempo vivido não pode e não deve ser anulado! Ele representa um ponto de apoio para o presente e futuro. É o que chamamos de Tradição, isto é a vida vivida de cada pessoa, de cada grupo, de cada povo, da própria Igreja. Em termos que movem a vida do Povo de Deus, fazer memória é atualizar a presença de Deus no seu projeto de Amor de dar vida e esperança àqueles que, desde sempre, predestinou a ser seus filhos e filhas no filho Jesus! (Efésios 1,5).
Quando vamos deixando de celebrar fatos fundantes, vamos obscurecendo e apagando a memória. A história de Israel e a história da Igreja têm como vital o “fazer memória”! Desleixando a memória, o povo de Israel trouxe para si momentos de sofrimento e dor! Esqueceu a fidelidade do Deus que o escolheu e lhe foi sempre fiel. A Igreja tem no “Fazei isso em minha memória” (1ª Coríntios 11,25) a sua razão basilar e eterna! Por isso, celebrar o centenário da ereção do Bispado de Bragança Paulista é um gesto devido, que expressa a consciência do caminho percorrido para fazer chegar ao povo a Palavra, Jesus Cristo! Prosaicamente se diz que a diocese foi criada com a esperança de que o primeiro bispo diocesano fosse Dom José Carlos de Aguirre, então bispo de Sorocaba.
Isso porque, durante muitos anos, ele tinha sido pároco da antiga matriz de Nossa Senhora da Conceição, em nossa cidade. Naturalmente, a razão da criação da diocese foi a preocupação de poder cuidar mais de perto do povo de Deus de nossa região! Sou, acredito, um dos poucos padres diocesanos que conviveu com todos os bispos da diocese. Posso testemunhar que, no seu pastoreio, foram e são fiéis à missão recebida de conduzir seu povo a viver a fidelidade ao Evangelho.
Naturalmente, de 1925 até hoje, o mundo experimentou mudanças extraordinárias e velozes! Das tragédias das guerras à globalização! Da revolução dos meios de comunicação! Da característica dos nossos tempos em questionar tudo, fazendo crer que vivemos em liquidez sem ponto de chegada! Da exigente tarefa de compreender os valores das tradições, também da Fé, a querer reviver o passado num mundo complexo como o dos nossos dias! Celebrar 100 anos da diocese não é chorar sobre um passado onde “no meu tempo era melhor”, mas aprender que os valores permanecem e exigem respostas que desinstalam e incomodam! Certamente, a equipe da celebração do Centenário apresentará um perfil dos nossos bispos e das características que marcaram sua presença entre nós! Isso nos ajudará a valorizar a vida da Igreja diocesana e, ao fazer sua memória, viver o gesto de honrar aqueles e aquelas que deram sua vida para que a Igreja seja testemunha do Senhor da Vida! Cabe recordar tantos homens e mulheres, leigos e leigas, presbíteros diocesanos e religiosos, congregações religiosas, que construíram um caminhar diocesano feito de fraternidade, solidariedade e, especialmente, alimentadores da Esperança! Nós, que podemos celebrar o Centenário, lembremos de quem nos abriu o caminho até aqui!
Mons. Giovanni Barrese
Vigário Geral