Category: Região

Enquanto a COP30 mobiliza o mundo para transformar a governança do fogo, Piracaia-SP é exemplo prático de como o MIF pode gerar impactos diretos sobre pessoas, ecossistemas e políticas públicas locais. Enquanto líderes mundiais, no contexto da COP30, assumem compromisso com o Manejo Integrado do Fogo (MIF), o município de Piracaia–SP, apresenta os primeiros resultados da implementação de seu Plano de Manejo Integrado do Fogo (PMIF), um exemplo prático do que está sendo defendido no plano internacional. Durante a Cúpula do Clima de Belém, 50 países e três organizações internacionais assinaram o “Chamado à Ação sobre Manejo Integrado do Fogo e Resiliência a Incêndios Florestais”. O documento lançado pelo Brasil coloca o MIF como prioridade global, reforçando a necessidade de transição urgente da lógica reativa de combate para estratégias integradas, preventivas e baseadas em ciência, saberes tradicionais, participação comunitária e tecnologias modernas. Esse alinhamento temporal e conceitual demonstra que, enquanto a COP30 mobiliza o mundo para transformar a governança do fogo, Piracaia já demonstra como essa transformação acontece na realidade dos territórios. Adoção do PMIF como estratégia de resiliência territorial Piracaia vive um momento de reestruturação de sua política de manejo do fogo, com o apoio técnico da Associação Serra do Itapetinga Movimento pela Biodiversidade e Organização dos Setores Ecológicos (SIMBiOSE) e The Nature Conservancy (TNC) Brasil — organizações que trabalham em conjunto com Manejo Integrado do Fogo (MIF) aliado a projetos de conservação e restauração na Mata Atlântica. Trata-se de uma iniciativa importante para a conservação na região, uma vez que Piracaia possui muitas áreas vulneráveis à ocorrência de incêndios, além de ser um dos municípios paulistas que mais articula a execução de projetos de restauração florestal em áreas prioritárias para o abastecimento de água no Estado de São Paulo. Neste ano, Piracaia se abriu à mudança de paradigma em relação ao uso do fogo, trocando a lógica de “fogo zero” pelo manejo integrado, alinhado à Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo. A legislação municipal já passou por aprimoramento do processo de fiscalização ao prever notificação antes da aplicação de multa. Com a adoção do Plano de Manejo Integrado do Fogo (PMIF), em vez de interagir com a comunidade local somente por meio da punição, o município passa a envolver diretamente os cidadãos nas ações de prevenção e preparação para enfrentamento dos incêndios florestais. Por meio da fiscalização ativa, 7 notificações foram emitidas desde maio, com uma reincidência em área da Represa do Cachoeira, cujo processo de aplicação de multa está em andamento. O envolvimento de representantes da sociedade civil se deu pela participação do processo de elaboração do PMIF, do curso de formação de brigadistas florestais, das oficinas de produção de abafadores (equipamento de combate) e de uma série de encontros promovidos pela Prefeitura da Piracaia, SIMBiOSE e TNC Brasil.  Diante da necessidade urgente de prevenção, diversas ações previstas no plano já foram realizadas neste ano, como: O olhar para o território a partir do MIF e integração entre órgãos públicos e sociedade civil indicam melhorias na capacidade de resposta a incêndios florestais. Entre maio e novembro, a Defesa Civil atendeu 97 ocorrências de fogo em vegetação, contando com o engajamento crescente de voluntários que atuam no combate inicial em seus bairros.  “O PMIF reforça o compromisso do município com a proteção ambiental, a segurança das comunidades e a gestão responsável do território. Ao articular ciência, tecnologia, participação social e políticas públicas inovadoras, Piracaia se posiciona como exemplo de município em busca de enfrentar os desafios das mudanças climáticas e dos incêndios florestais de forma integrada e eficiente”, afirma Mateus Queiroz, Diretor-Presidente da SIMBiOSE. Vale ressaltar que tudo isso só está sendo possível graças ao trabalho colaborativo entre as comunidades locais, Secretarias Municipais, Defesa Civil, Guarda Municipal e parceiros técnicos, como a SIMBiOSE e a TNC Brasil. Ampliação da política de manejo do fogo em Piracaia prevê ações estruturantes para 2026Para o próximo ano, em busca da proteção de mananciais, fragmentos florestais e áreas produtivas rurais, além da continuidade dos esforços em andamento, novas ações estão previstas: “A conversa com os produtores rurais é um dos focos do PMIF para o ano que vem. Precisamos entender como eles utilizam o fogo para criar uma legislação que leve em conta a cultura rural de Piracaia. Essa realidade local, somada aos conhecimentos científicos, é que vai possibilitar a criação de uma legislação robusta, que seja de fato usada e que gere os resultados de prevenção que estamos buscando”,  relata Fernanda Cabral, Assessora de Desenvolvimento Urbano da Prefeitura de Piracaia. Sobre a SIMBiOSE A Associação Serra do Itapetinga Movimento pela Biodiversidade e Organização dos Setores Ecológicos (SIMBiOSE), fundada em 2005, atua na transformação da consciência coletiva para a defesa do meio ambiente, biodiversidade e recursos naturais. Entre suas áreas de atuação estão Gestão de Áreas Protegidas, Educação Ambiental, Manejo Integrado do Fogo (MIF), Soluções Baseadas na Natureza (SbN) e Governança Participativa.

A Prefeitura de Bragança Paulista anuncia uma das maiores conquistas da história da saúde pública da Região Bragantina: a implantação do Hospital Santa Clara na Providência de Deus, que funcionará como o tão aguardado Hospital Regional, fruto de anos de mobilização, estudos técnicos, articulações institucionais e esforços permanentes junto ao Governo do Estado de São Paulo. A luta pela ampliação da oferta hospitalar na região teve início ainda em 2015, quando o então Deputado Estadual Edmir Chedid apresentou formalmente à Secretaria de Estado da Saúde o pedido para implantação de uma unidade regional, destacando o déficit de leitos e a necessidade de descentralizar o atendimento de alta complexidade. Essa demanda foi reforçada diversas vezes ao longo dos anos, em diferentes momentos e gestões estaduais, incluindo solicitações dirigidas aos Governadores João Doria, Rodrigo Garcia e, mais recentemente, Tarcísio de Freitas, além de reiteradas tratativas com todos os Secretários Estaduais de Saúde nesse período. No âmbito municipal, o tema foi amplamente debatido e respaldado pela sociedade civil e pelos profissionais de saúde. O pedido pela instalação do hospital regional foi aprovado na 7ª Conferência Municipal de Saúde (2019) e novamente reforçado em 2023, durante a 8ª Conferência Municipal de Saúde, e em 2025, na 9ª Conferência Municipal de Saúde, demonstrando seu caráter prioritário para o Sistema Único de Saúde local. Em 2021, o assunto também voltou à pauta durante a Audiência Pública sobre a criação do Aglomerado Urbano da Região Bragantina, ampliando o debate regional sobre a necessidade de um equipamento hospitalar que atendesse os 15 municípios do entorno. Em 2022, o então Prefeito Jesus Chedid entregou ao Governador Rodrigo Garcia uma lista de 15 grandes demandas estruturantes para Bragança Paulista, entre elas, o Hospital Regional. O tema voltou a ser reforçado em 2023, durante reunião da Comissão Intergestores Regional (CIR) de Saúde, e ganhou ainda mais força em 2025 na 3ª Oficina de Regionalização da Saúde, onde a Prefeitura reiterou a importância estratégica da nova unidade. Com a nova administração em 2025, a pauta foi tratada como prioridade absoluta desde o início de janeiro. Foram realizadas visitas técnicas, como a análise do antigo Hospital Unimed em janeiro de 2025, reuniões com equipes da Secretaria Estadual de Saúde, além de articulações diretas com o Hospital Universitário São Francisco (HUSF) para construção de alternativas após mudança de diretriz do Estado quanto ao antigo imóvel. Em resposta a todas essas demandas, foi construída uma parceria com a Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus e a gestão estadual, culminando no anúncio oficial da obra do novo Hospital Santa Clara, que será erguido dentro do complexo do HUSF, prioritariamente para atendimento de alta complexidade. A unidade terá 6 andares (térreo + 5 pavimentos), totalizando 7.331 m², sendo implantada em duas fases. Estão previstos 150 leitos, dos quais 20 de UTI, além de novo pronto-socorro, ressonância magnética e serviços de alta complexidade nas áreas clínica, cirúrgica, pediátrica, obstétrica e de diagnóstico por imagem. A primeira fase, com 77 leitos, será entregue no final de 2026. Na última terça-feira (25/11), o Prefeito Edmir Chedid e a Vice-Prefeita Gislene Bueno (Gi Borboleta) junto à Secretária de Saúde Carmem Guariente, participaram de reunião com o Diretor Geral do HUSF Frei Tomás, Diretor Administrativo do Hospital Universitário São Francisco, Leandro José Uliam, o Diretor Técnico do Hospital Universitário São Francisco, Thiago Corsi Filiponi, o Advogado do Hospital Universitário São Francisco, Andre Aparecido de Oliveira e o Gestor Hospitalar e Assessor José Eduardo Lima. Para o Prefeito Edmir Chedid, a conquista representa uma vitória histórica. “Este é um sonho de décadas para Bragança Paulista e toda a Região Bragantina. Trabalhamos de forma incansável, dialogando com todos os governos estaduais, mobilizando prefeitos, lideranças regionais, profissionais de saúde e a sociedade civil. Agora, finalmente, podemos anunciar com orgulho que o Hospital Regional é realidade. É uma conquista coletiva, construída com persistência, planejamento e compromisso com a vida”, disse o Prefeito em reunião com representantes do HUSF. A Secretária de Saúde e 2ª Vice-Presidente do COSEMS-SP, Carmem Guariente, teve papel central na interlocução técnica com o Estado, na defesa regional do projeto e na elaboração de propostas dentro das instâncias intergestoras: “A Região Bragantina precisava urgentemente ampliar seus leitos e capacidades assistenciais. Trabalhamos fortemente em todas as esferas – CIR, conferências, reuniões estaduais e articulações com o HUSF – para garantir que este investimento viesse para Bragança Paulista. É uma conquista que reorganiza a rede e beneficia toda a região.” A implantação do Hospital Santa Clara consolida um capítulo importante na história da saúde pública regional. Com isso, a administração municipal reconhece a importância da ampliação do atendimento de alta complexidade e dará continuidade nas tratativas para ampliar leitos de média complexidade e de cuidados prolongados, com o objetivo de garantir a suficiência de leitos em nossa região para o SUS.